Pague uma e leve duas garrafas de vinho em restaurantes de São Paulo

Em tempos de preços altos cobrados pelos vinhos nos restaurantes de São Paulo, salvo raras e bem vindas exceções, começou ontem o Festival do Vinho Reserva, mais uma promoção realizada nos restaurantes e bistrôs da cidade, em que os clientes consomem uma garrafa de vinho e levam outra para tomar em casa.

Com validade até o dia 9 de dezembro, a promoção se aplica apenas aos produtos da Concha y Toro (importados pela própria empresa através da VCT Brasil), e inclui rótulos como o Marques de Casa Concha, Casillero del Diablo Reserva Privada e Trivento Amado Sur. O festival acontece simultaneamente nas casas Barbacoa, Parrilla 348, Le Jazz (que pratica preços e cobra uma taxa de rolha bastante justa), Astor, Don Pepe di Napoli, Grupo Le Vin, (Cerqueira César, Higienópolis e Itaim Bibi), L’entrecôte de Paris, Walter Mancini Restaurante, Vinheria Percussi, Caluma, Vicolo Nostro, Al Mare, Pizzaria Bráz, Pizzaria Quintal do Bráz, Lillo e bistrôs das lojas Ville du Vin.

Fonte: Folha de São Paulo 

Venha cá, que vinho vai com moqueca?

O amigo Aldo Mattos comentou que fará uma jantar tipicamente baiano e arretado, como ele próprio, em que servirá acarajé de entrada e uma gostosíssima moqueca como prato principal. Para fugir da obviedade da cerveja, me perguntou se seria possível harmonizar o jantar com vinho. Claro, Mattos!

De origem indígena, a moqueca é um prato que mistura peixes e frutos do mar com temperos tradicionais da cozinha baiana, e é cozida com ingredientes típicos da região nordeste, tais como o leite de coco e o azeite de dendê, que dão sabor único a este maravilhoso prato, tipicamente brasileiro. Atualmente preparada em panela de barro, diz a lenda que antigamente os índios costumavam cozinhar a moqueca em uma espécie de grelha de varas conhecida como moquém.

A moqueca é um prato bastante encorpado, untuoso, suculento e com aromas e sabores marcantes de pimentão, tomate e coentro. Pensando nesses ingredientes, o vinho ideal para acompanhar esse tipo de prato também precisa ser igualmente intenso em aromas, jovem, com boa acidez, bom corpo e bastante frutado. Nesse caso, minha recomendação seria um sauvignon blanc da Nova Zelândia ou do Chile, de preferência de vales como Casablanca ou San Antonio, mais perto do oceano pacífico, e que trarão mineralidade e frescor. A acidez da sauvignon blanc irá contrabalancear a gordura do leite de coco e do dendê, enquanto suas notas vegetais combinarão perfeitamente com alguns sabores que se destacam no prato, tais como o pimentão e o coentro. Se quiser servir a moqueca com mais de um vinho para ver qual deles harmoniza melhor, sugiro um chardonnay jovem, de boa acidez, mas sem madeira (pode ser do Chile também ou da África do Sul), ou mesmo um rosé, bastante aromático, com muita fruta e frescor.

Bon appetit!

A moqueca baiana

Como é difícil escolher no Mocotó!

Confesso que por ser recifense eu sou suspeito para falar… mas como são bons o chef Rodrigo Oliveira e sua equipe! Atolado de bode ou costela de porco? Carne de sol assada ou paleta de cordeiro? E as entradas? Dadinhos de tapioca ou sarapatel? E as caipiroscas de frutas de todo o Brasil? É muito difícil escolher entre todas as delicías de comer (e beber) servidas no Mocotó!

Estive lá novamente no último domingo e, como de costume, tudo estava divino. Como estávamos com um casal que ainda não conhecia o restaurante, começamos pelos famosos dadinhos de tapioca servidos com pimenta agridoce, que fizeram um sucesso enorme. Seguimos com um sarapatel, um dos pratos favoritos do meu amigo Henrique Paes, que ficou ainda melhor com um pouco da ótima pimenta da casa.

O sarapatel do chef Rodrigo Oliveira

E vamos aos principais! A dúvida era grande, mas optamos pela deliciosa carne-seca desfiada com cebola roxa, puxada na manteiga de garrafa (essa bem nordestina!), acompanhada de pimenta de bico, mandioca cozida e jerimum assado com mel e especiarias. Para completar, baião-de-dois, que segundo o chef Rodrigo é o famoso “feijão com arroz”, incrementado com queijo-de-coalho, lingüiça, bacon e carne seca. E ainda tinha um purê de macaxeira (mandioca aqui em São Paulo) com queijo-de-coalho! Uma combinação dos deuses, ou melhor, do sertão nordestino!

A carne seca com baião-de-dois

Para terminar, sorvete de rapadura com melado de cana e degustação de doces com queijo-de-coalho: ambrosia, jaca em calda, banana com rapadura e goiabada em pedaços com vinho. Ambos muito bons, mas não os melhores doces que já comi.

Os doces

O Mocotó continua oferecendo uma comida original, bem feita, a preços mais do que justos. Com certeza uma das melhores relações custo-benefício de São Paulo. Só recomendo chegar cedo se não quiser esperar por pelo menos uma hora, às vezes bem mais. No caso do Mocotó, cedo quer dizer antes do meio dia, quando a fila já se forma, antes mesmo de abrir as portas. Vale a pena!

A fila

Mocotó (www.mocoto.com.br)